Ultrassonografia Obstétrica 11 a 14 semanas
Avaliação da anatomia fetal
Alguns estudos demonstram ser possível a identificação da maioria das estruturas anatômicas fetais por meio da USG realizada entre a 11ª e a 14ª semana de gravidez. Pesquisadores relatam adequada visualização da anatomia fetal não cardíaca (calota craniana, cérebro, face, coluna, parede abdominal, estômago, rins, bexiga e membros) por vias abdominal e/ou transvaginal em mais de 70% dos fetos com CCC de 45 a 54 mm (11 a 12 semanas) e em mais de 96% dos fetos com CCC maior do que 65 mm (13 semanas). A completa avaliação da anatomia fetal em 64% e 82% dos casos respectivamente avaliados por vias abdominal e transvaginal, entre 13 e 14 semanas de gravidez. A análise da anatomia cardíaca também tem sido descrita durante esse período. Visualização satisfatória das quatro câmaras em 88% dos casos avaliados no decorrer da 12ª semana, e em 100% dos casos durante a 14ª semana. A identificação das vias de saída foi possível em 75% e 100% das pacientes nos respectivos períodos.
Confirmação ou determinação da IG
A correta determinação da IG é um passo fundamental para o bom seguimento da gravidez, pois permite apropriada avaliação do desenvolvimento do concepto. Dessa forma, contribui para a identificação dos distúrbios de crescimento fetal, bem como para a suspeição das diversas condições que desencadeiam esses desvios (diabetes gestacional, insuficiência placentária e uma gama variada de doenças genéticas). Além disso, possibilita melhor programação para o parto e eventuais procedimentos invasivos diagnósticos e terapêuticos durante a gestação.
Diagnóstico e caracterização das gestações gemelares
A gemelaridade ocorre em aproximadamente 1/80 gestações, sendo, em dois terços dos casos, proveniente da fecundação de dois oócitos (gemelaridade dizigótica – gêmeos fraternos) e em um terço dos casos, decorrente da fecundação de um único oócito (gemelaridade monozigótica – gêmeos idênticos)
Diante do exposto, parece coerente a incorporação do exame morfológico de primeiro trimestre (11 a 14 semanas de gravidez) na rotina obstétrica. Tal avaliação contribui indubitavelmente para a identificação de gestantes com maior risco para complicações e, por conseguinte, um planejamento individualizado para o seguimento de determinadas pacientes.



