Sangramento Vaginal Anormal
O sangramento vaginal anormal é um dos temas mais importantes da especialidade de ginecologia dentro da tríade sintomática: alterações de sangramento, dor e corrimentos vaginais.
Atualmente utiliza-se o termo: Sangramento Uterino Anormal (SUA). Classicamente isso era chamado de Sangramento Uterino Disfuncional ou Hemorragia Uterina Disfuncional.
Para caracterizar um sangramento anormal é necessário caracterizar o sangramento normal. A queixa de sangramento vaginal em crianças e meninas que ainda não tenham iniciado os períodos menstruais ou em mulheres que estão há mais de um ano sem menstruar (menopausa), sempre terá que ser investigada.
Se a queixa da mulher for um sangramento irregular e ela não for atendida porque está sangrando, não será possível prestar nenhum serviço adequado à ela. A consulta ginecológica não é só a coleta do papanicoulau, e por isso as mulheres que chegam com esta queixa devem ser atendidas, mesmo durante o sangramento.
Toda mulher com queixa de sangramento vaginal anormal deve ser examinada. Se ela não for examinada durante a vigência do sangramento perde-se a chance de diagnosticar a fonte do sangramento.
O sangramento pode vir do útero, de lesões na vulva, de traumas vaginais, de tumores no colo do útero, da uretra, da região anal. Isso porque a mulher, com frequência, não consegue localizar bem o foco do sangramento, sendo necessário o exame do profissional. É imprescindível examinar a mulher, mesmo que ela esteja sangrando.
Os parâmetros para definir aumento do sangramento é que a mulher compare o fluxo dela com ela mesma. Na literatura aceita-se um parâmetro de sangramento em torno de 80ml, o que dificulta a identificação. Perguntas mais gerais podem ser feitas: se ela consegue esperar 3 horas para trocar o absorvente, quantos absorventes ela usa durante período menstrual (não deve ultrapassar 20), se ela precisa levantar a noite para trocar o absorvente, se elimina coágulos maiores que 1cm.
As causas do sangramento vaginal anormal são variadas.
Nas CRIANÇAS é imprescindível pensar na possibilidade de violência sexual (embora esta não seja a única causa), nos tumores (embora estes sejam extremamente raros), e na precocidade sexual.
Da mesma forma, a MULHER que parou de menstruar na época devida (após os 45 anos), já está há pelo menos um ano sem menstruar e recebeu diagnóstico de menopausa (pela dosagem hormonal e histórico). Qualquer sangramento que apareça depois dessa fase precisa ser investigado.
